A VIDA É CHEIA DE 'ÕES'
Prestando certa atenção, podemos ver que, no corre-corre de todo dia, estamos envoltos de muitos 'ões', isto é, um tipo de ditongo que faz parte da linguagem corrente que usamos em nossas comunicações. Olha um deles aí! São muitos, vou usá-los aqui de um jeito diferente, fazendo reflexões. Olha outro aí!
Começo dizendo que ninguém passa pela vida sem levar tombos e escorregões, tampouco escapa de certas dores e decepções ou do medo diante de experiências desconhecidas, poeticamente denominadas escuridões. Desconheço ainda quem, tipicamente moderno, não se canse das tensões, daquelas que nos fazem matar leões para chegarmos ao ponto onde queremos. Porém, somos de carne e osso, não fomos programados para explodirmos como vulcões. Somos frágeis em certa medida, vítimas de nossas próprias ilusões das quais ninguém se safa, tão gostosas quanto perigosas, mas aí entram outras questões.
Até aqui, só falei de atribulações difíceis de dar conta, mas graças ao bom Deus somos uma espécie dotada da magnífica capacidade de desenvolver bons sentimentos em nossos corações que, como correntes marítimas, esquentam a alma permitindo vivenciar a alegria, a felicidade e os bons ventos das emoções. São como mágicas poções, ajudam a nos empurrar para o alto em dias de céu limpo e azul, como balões. Quem, por exemplo, nunca se sentiu voando, momentaneamente, pelo arrebatamento das paixões? Ou nunca sentiu friozinhos gelados e cobrinhas na barriga mais conhecidas como excitações?
Viver é mesmo assim, é experimentar um pouco de tudo (ou muito, até), é como subir e descer escadas, porém, sem contar com corrimões. O jeito então é aprender a se equilibrar, para ganhar mais tranquilidade, livrar-se dos cansaços, experimentar menos pressões.
Somos todos muito tomados por compromissos, temos caminhões de coisas que demandam nossa dedicação. É necessário que em certas horas paremos, nem que seja para conversarmos com nossos botões, para conseguirmos ressignificar coisas, transformar as dificuldades em aprendizados e os erros, em profissões. Algo como fazer limonadas a partir dos limões, para tornarmos menos sofridos os reveses da vida e sentirmos menos aflições. Todo cuidado é pouco para, encarando nossas atribuições, não consumirmos horas preciosas, comprometendo nosso tempo ao ponto de necessitarmos drásticas mudanças e retificações.
É importante viver com leveza, acolhendo mais as nossas intuições, despertando novos olhares para o mundo e, perante a vida, novas visões. Diversas razões nos orientam para mudarmos o foco para outras direções, buscando encontrar outros propósitos em tudo. É igualmente importante rever sonhos, tomar decisões, concentrar energia para outras ações, alterar velhas rotas, neutralizar antigas preocupações.
Da nossa existência, somos nossos próprios guardiões, não deixemos que os dias de inverno estraguem nossos verões. Olhemos tudo com cores novas para termos outras impressões. Para administrar esses tantos 'ões' que perpassam por nossa vida, tenhamos fé e inspirações.
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