Veio depois a fase
adulta, querendo o jovem Brasil governar-se. Queria tomar decisões por
conta própria. Foi preciso, então, opor-se à monarquia de Portugal, ao mando
alheio. Lutou muito e marcou sua história de modo definitivo proclamando a
república no ano de 1889, ficando, de certa forma, livre para decidir
sobre seu próprio destino. Historicamente, parecem ter sido bem marcados os
episódios do descobrimento, da independência e da proclamação da república por
estas bandas.
Não há algo de
similar à trajetória humana? Ou seja, não parece possível estabelecer
um paralelo entre tais acontecimentos históricos e o crescimento das
pessoas? Afinal, desde que nascemos também vamos aprendendo o idioma de
nossos pais, assim como, em geral, somos catequizados para seguir alguma
religião. Igualmente, vamos para a escola e aprendemos nossa cultura até
que chega um momento em que queremos a nossa própria independência e
autogoverno. Pois, quem nunca, em casa mesmo, lutou por liberdade, ou buscou
estabelecer sua república individual? Quem nunca se trancou no próprio quarto
para se sentir dono do seu espaço? Quem nunca afrontou os pais para que
parassem de proteger seus filhos quando se julgava isso desnecessário?
Quase tudo
igual entre nós e o Brasil, a não ser por uma significativa inversão no reino
pessoal: é possível que sequer tenhamos vivenciado até o momento o nosso
próprio descobrimento, ainda que já dado o grito do Ipiranga e proclamada
a república individual. Pois não basta ser independente e governar-se. É
preciso descobrir-se primeiro.
Quiçá o próprio
Brasil não tenha se descoberto, ainda, em suas potencialidades e riquezas.
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